Uma das representações de Niccolò Paganini. |
Como era um músico brilhante desde cedo, alcançou grande sucesso muito jovem, mas com o sucesso veio uma vida desregrada e de abusos. Paganini, com apenas 16 anos, chegou a perder tanto dinheiro que precisou por diversas vezes deixar o próprio violino penhorado para poder pagar suas dívidas no jogo. Mas conseguiu se livrar do vício e nunca mais chegou perto de uma mesa de jogo.
Niccolò Paganini tocava brilhantemente! Encantava até os mais experientes músicos e compositores com seu estilo virtuoso. Chegava a ser fora do comum! É aí que chegamos à lenda...
Paganini era capaz de tocar à espetacular velocidade de doze notas por segundo! Esse é o tempo que a maior parte dos músicos leva para ler doze notas. Ele também inovou com suas técnicas de memorização; antes dele, todos os violinistas tocavam acompanhados do programa a ser tocado - Paganini, por sua vez, costumava simplesmente subir ao palco com seu instrumento, sacudir seu longo cabelo e pôr-se a tocar. Todo o programa já havia sido memorizado.
Aqui o Capricho nº 24 de Paganini, um dos mais conhecidos.
Com todo seu talento extraordinário, o virtuose se tornou lenda! Associada à incrível velocidade que ele alcançava em suas músicas estava sua aparência cadavérica, que causava terror nas pessoas que tinham medo de assistir suas apresentações. Segundo descrição de Castil-Blaze em 1831, Paganini tinha 1,65m de altura, era muito magro, tanto que se asemelhava a linhas longas e sinuosas, de face muito pálida e traços fortes, olhos de águia (escuros e penetrantes), nariz pontiagudo, longos cabelos ondulados que iam até o ombro e um pescoço muito magro... Pudera! Ele viveu a vida toda lutando contra uma enfermidade severa que lhe exigia uma dieta rigorosa e muitas horas de sono. Na época, porém, muitos acreditaram que Paganini tinha vendido a alma ao Diabo em troca de sua perfeição musical.
Houve uma apresentação na Bélgica em que ele foi vaiado. Só mais tarde é que foi descobrir que a causa das vaias foi a lenda sobre sua sociedade demoníaca.
O próprio Paganini conta em uma carta que certa vez, ao tocar as variações intituladas 'le Streghe' (as Bruxas), um indivíduo afirmou que não viu nada de surpreendente em seu desempenho, pois tinha distintamente visto, enquanto Paganini tocava suas variações, o diabo a seu cotovelo, dirigindo seu braço e guiando seu arco, descreveu ainda que o dito cujo vestia vermelho, possuía chifres na cabeça e tinha o rabo entre as pernas. Diante disso, muitos concluíram que aquele indivíduo havia descoberto o segredo dos maravilhosos feitos do violinista. Paganini, ainda na carta, parece compreender todas essas lendas, dizendo: "Minha semelhança para ele era uma prova de minha origem." Ou seja, sua aparência cadavérica provava que era mesmo filho do diabo. (Quase como na estória de O Fantasma da Ópera, não é?!)
A música 'le Streghe' de Paganini, interpretada por Eugene Fodor.
"O bixo pega" a partir do minuto 4:50.
Paganini sendo guiado a tocar pelo diabo. |
Paganini começou então a "encarnar" a lenda que virara, procurava sempre usar trajes negros e desalinhados para completar a desejada imagem. E suas apresentações realmente surpreendiam. Aos quarenta anos o violinista começou a viajar pela Europa, e suas excentricidades tornaram-se ainda maiores. Chegava aos concertos coberto por um longo manto negro, em uma carruagem puxada por quatro cavalos também negros - e, algumas vezes, demorava a entrar no palco, para depois de longos minutos surgir de súbito e uivar em direção ao público. Os cenários de suas apresentações eram sempre lúgubres e com pouca luz. Em Londres, freqüentemente as pessoas cutucavam Paganini com as bengalas para verificar se ele realmente era feito de carne e sangue.
Diziam que essa era a única fotografia tirada de Niccolò. Hoje, porém, dizem que ela é falsa. |
Representação de Paganini ao tocar apenas uma corda, a sol. |
Abaixo, várias representações de Noccolò Paganini:
"Paganini na Prisão", de Louis Boulanger, 1831. Cortesia da Stanford University Libraries, fotografia de Michael Marrinan |
Mais uma representação de Paganini no suposto tempo que passou na prisão. |
Túmulo de Paganini |
Penso que se Niccolò Paganini vivesse nos dias de hoje ele seria guitarrista, seria Steve Vai ou até Alice Cooper
Se Paganini vivesse nos dias de hoje, com certeza ele seria Steve Vai. |
Fonte:
História e Genealogia da Família Paganini - www.paganini.com.br
Wikipédia
O Blues, o Rock e o Diabo - Whiplash
Interconexão Ultra-terrestre
Nossa que história triste,tudo porque começou com o sarampo e foi terminar como suspeita de pacto com o diabo,só por causa da sua aparência..seguindo de volta linda,obrigada,bjs
ResponderExcluirhttp://simonebastos2007.blogspot.com.br/
paganini foi o cara ! já percebemos também que a inveja sempre rolou solta em cima daqueles que fazem sucesso ... mas ele soube administrar isso em seu favor ... eu faria o mesmo !
ResponderExcluirRapaz, pra completar esse post só faltou a versão do 50º Caprice tocada no filme A Encruzilhada, versão essa criada pelo proprio Steve Vai.
ResponderExcluirBelo post man!
que legal, matéria super bem feita, amo conhecer novas histórias. parabéns pelo blog
ResponderExcluirVanessa Lua
http://etceblau.blogspot.com.br
Rapaz... eu ia colocar o Steve Vai tocando em "A Encruzilhada", mas vou deixar pro próximo post! Valeu pelo coment man! :)
ResponderExcluirMatéria de qualidade! Adorei!
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